segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Whatever Works


Boris YellnikoffI happen to hate New Year's celebrations. Everybody desperate to have fun. Trying to celebrate in some pathetic little way. Celebrate what? A step closer to the grave? That's why I can't say enough times, whatever love you can get and give, whatever happiness you can filch or provide, every temporary measure of grace, whatever works. And don't kid yourself. Because its by no means up to your own human ingenuity. A bigger part of your existence is luck, than you'd like to admit. Christ, you know the odds of your fathers one sperm from the billions, finding the single egg that made you? Don't think about it, you'll have a panic attack. 




whatever works. 










The Idler Wheel...



The Idler Wheel Is Wiser Than the Driver of the Screw and Whipping Cords Will Serve You More Than Ropes Will Ever Do ou como um álbum feito de imperfeições humanas pode ser perfeito.
Sem artifícios, sem distracções, sem atalhos. Está despido e repleto de verdade, de vulnerabilidade. Há alturas em que me sinto desconfortável por estar a ouvir algo tão honesto e tão pessoal. 
E aquela voz que canta de dentro, que corta, que sussurra, que geme, que berra. Que sente.








                               ... I just wanna feel everything...









E eu nem sequer gostava particularmente da Fiona Apple... Há amores assim.



quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Intermission #2




   





Grande George Carlin.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Brave New World

Once you began admitting explanations in terms of purpose - well, you didn't know what the result might be. In was the sort of ideia that might easily recondition the more unsettled minds among the higher castes - make them lose their faith in happiness as the Sovereign Good and take to believing, instead, that the goal was somewhat beyond, somewhere outside the present human sphere; that the purpose of life was not the maintenance of well-being, but some intensification and refining of consciousness, some enlargement of knowledge.    


Aldous Huxley, Brave New World


  

Acabei de ler este livro esta semana e esse excerto é das minhas partes preferidas. 

Para quem não conhece, foi escrito em 1931 e publicado em 1932 e passa-se em Inglaterra num futuro em que as pessoas já não se reproduzem, são fabricadas em laboratório. A fertilização é feita de forma artificial e o período de gestação é passado em garrafas de "decantação". 
Há uma divisão da sociedade em castas e as mais altas desenvolvem-se normalmente durante esse processo (sem interferências) enquanto que nas castas mais baixas há uma manipulação de forma a interromper o desenvolvimento precisamente para que, física e intelectualmente, estejam num nível inferior. 
Cada pessoa, dentro da sua casta, tem uma função económica e social predeterminada. Isso permite que deixe de existir a noção de competição.
Na infância é-se educado durante o sono recebendo mensagens de forma subconsciente que moldam a maneira de ser e de pensar. É-se condicionado de tal forma que todos fazem o que é suposto fazerem, todos cumprem na sociedade o papel que lhes é destinado.

Não há guerra, há abundância e harmonia.
Existe uma droga chamada soma que permite eliminar qualquer sentimento desagradável, difícil de lidar. Elimina o sentimento de raiva, faz as pessoas tornarem-se mais pacientes. Há uma passagem do livro que resume bem esta droga: You can carry at least half your morality about in a bottle. Christianity without tears - that's what soma is. 
O sexo, que nesta sociedade perdeu a função reprodutiva, passou a ser uma actividade social, algo que é incentivado desde tenra idade e que não carrega qualquer tipo de tabu. Ao longo do livro é repetida muitas vezes a expressão everyone belongs to everyone else. Deixou de existir a visão romântica do amor ou de família que são, aliás, estes sim assuntos delicados de abordar e evitados (muito interessante a forma como o livro trata este assunto).

Neste futuro não existe infelicidade, todos são felizes. 




Quis ler este livro precisamente por ter gostado tanto do "1984" de George Orwell e pelo paralelismo que existe entre os dois.
Nas palavras do livro "Amusing Ourselves to Death" de Neil Postman (que descobri ao escrever este post e agora fiquei com vontade de ler):


Alongside Orwell's dark vision, there was another - slightly older, slightly less well known, equally chilling: Aldous Huxley's Brave New World. Contrary to common belief even among the educated, Huxley and Orwell did not prophesy the same thing. Orwell warns that we will be overcome by an externally imposed oppression. But in Huxley's vision, no Big Brother is required to deprive people of their autonomy, maturity and history. As he saw it, people will come to love their oppression, to adore the technologies that undo their capacities to think.

What Orwell feared were those who would ban books. What Huxley feared was that there would be no reason to ban a book, for there would be no one who wanted to read one. Orwell feared those who would deprive us of information. Huxley feared those who would give us so much that we would be reduced to passivity and egoism. Orwell feared that the truth would be concealed from us. Huxley feared the truth would be drowned in a sea of irrelevance. Orwell feared we would become a captive culture. Huxley feared we would become a trivial culture, preoccupied with some equivalent of the feelies, the orgy porgy, and the centrifugal bumblepuppy. As Huxley remarked in Brave New World Revisited, the civil libertarians and rationalists who are ever on the alert to oppose tyranny "failed to take into account man's almost infinite appetite for distractions". In 1984, Orwell added, people are controlled by inflicting pain. In Brave New World, they are controlled by inflicting pleasure. In short, Orwell feared that what we hate will ruin us. Huxley feared that what we love will ruin us.


This book is about the possibility that Huxley, not Orwell, was right.



A passividade consegue ser tão ou mais assustadora que a violência ou a simples ameaça de violência.
Acho que dá para perceber melhor agora aquele excerto no início do post e a sua pertinência. Contextualizando, trata-se do pensamento de uma personagem que se sente deslocada naquela sociedade mas não sabe exactamente porquê e como contornar esse sentimento.

Pode parecer estranho mas o direito à infelicidade (não, não me enganei) é algo que tem de fazer parte da vida. A verdade está para além da felicidade, requer sofrimento, requer esforço, requer lágrimas, requer ser-se humano portanto. Requer uma exigência de consciência. E por fim, requer aceitar-se que essa consciência muitas vezes não é compatível com a felicidade quando esta é cega.
Ignorance is bliss, pois é.... Mas é algo que se paga bem caro.

"Getting rid of everything unpleasant instead of learning to put up with it. Whether 'tis nobler in the mind to suffer the slings and arrows of outrageous fortune, or to take arms against a sea of troubles and by opposing end them... But you don't do either. Neither suffer nor oppose. You just abolish the slings and arrows. It's too easy." 







segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Try and read between the lines



 









Some say the end is near.
Some say we'll see Armageddon soon.



Learn to swim, ainda têm 3 dias.